Educar: a difícil missão.
Enquanto bebê, a preocupação maior dos pais é em dar assistência ao ser que precisa 100% deles: trocar fraldas, dar banho, alimentar, fazê-lo dormir e brincar. Só que chega um momento em que a educação
Enquanto bebê, a preocupação maior dos pais é em dar assistência ao ser que precisa 100% deles: trocar fraldas, dar banho, alimentar, fazê-lo dormir e brincar. Só que chega um momento em que a educação entra em jogo. Educar no sentido amplo, ou seja, dar um direcionamento aos caminhos percorridos pelo filho, mostrar limites e inseri-lo em um contexto social, de coletividade.
Desde cedo, o bebê percebe que tudo gira em torno de causa e efeito. Se chora, chama a atenção dos pais e isso tem uma consequência. Se o brinquedo cai de uma altura considerável, ele quebra. Se sorri, os outros sorriem de volta.
Quando criança, ele já entende melhor as situações e, principalmente, a questão da comparação.
Por que meu pai pode comer em frente à televisão e eu não?
Por que meu irmãozinho faz bagunça e meus pais não brigam com ele, mas comigo brigam?
Por que eu preciso comer verduras e frutas se os meus pais não comem?
A primeira lição é que, para crianças um pouco maiores, em vez da ameaça, a melhor forma de educar é sempre com diálogos. Não precisam ser grandes discursos, até porque a criança se cansa logo e tem a atenção voltada para outra coisa. Mas vale conversar com eles, refletir. Sabe aquela história do “cantinho do pensamento”? Toda vez que ele fizer algo que você considere errado, deixe-o no cantinho pra que ele possa refletir o que aconteceu. Não castigo.
A segunda, e talvez a mais importante lição, é o exemplo. Nós, pais, somos as maiores referências para os filhos.
A máxima (nem um pouco “máxima”) “Faça o que digo, mas não faça o que eu faço” definitivamente não funciona na educação das crianças.
As brincadeiras de imitação começam desde bebê: expressões faciais e sons.
À medida que eles crescem, a consciência passa a funcionar em pleno vapor e eles questionam porque ele precisa fazer se os pais não fazem. O exemplo é muito mais forte para a criança do que as palavras.
Outro ponto é a famosa birra da criança. Quando contrariada, grita, chora, esperneia. A coerência é fundamental neste caso. Se você se contradisser, só gerará confusão na cabeça do seu filho. Seja firme até o final, pra que ela saiba quais são os limites que você criou e deixe claro que você é quem está no comando. Diga que a birra não vai adiantar, sempre com muito diálogo. Isso fará com que a criança cresça mais segura e confiante.
Se o diálogo é importante – uma via de duas mãos – não dar explicações pode causar um efeito bem negativo. Dizer simplesmente que “não pode” deixa a criança brava por não entender a razão daquele “não”. Se for muito complicado explicar o motivo, tente resumir ao máximo a explicação (“não pode porque você vai se machucar e a mamãe quer que você fique bem”), sempre mostrando que porque você o ama e se importa é que os limites existem.
Não é nada fácil educar. Mas se tivermos este papel nos primeiros anos da infância, o resultado é o melhor possível: um adulto mais confiante, mais sociável e, principalmente, um ser humano amado.