No dia 19 de abril é celebrado o Dia do Índio. A cultura indígena foi primordial na formação do povo brasileiro. Mas hoje tem um papel bem menos protagonista na sociedade. Os povos indígenas, ao longo dos séculos, sofreram seguidos genocídios, e a eles foi imposto um novo padrão cultural.

Nas escolas, cada vez menos aborda-se suas raízes. Nesta data comemorativa foi possível observar uma grande quantidade de menções à data. No entanto, a grande maioria fazia referência ao panorama extremamente precário da cultura indígena no Brasil hoje.

Em 11 de março de 2008, foi sancionada uma lei que obriga a inclusão de elementos da cultura indígena no currículo escolar. Ela determina que sejam integrados, no conteúdo de Ensino Médio e Fundamental, elementos e sistemas das culturas afro-brasileira e indígena. Essa exigência já demonstra um passo importante na luta pela manutenção dessa cultura, tanto por parte de educadores quanto de pais e alunos.

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“Conhecer o processo de construção de uma nação é uma dimensão valiosa para a escola, no sentido de oferecer oportunidade ao aluno de olhar o passado e o presente, em busca de conhecimento e discernimento sobre a história do país”, diz Elen Campos Caido, fonoaudióloga e psicóloga. “A cultura indígena possui um imenso universo de informações a serem estudadas e compete ao professor inserir o conteúdo com outras matérias, sem trabalhá-lo como uma disciplina isolada.”

Dessa forma, algumas opções para a inserção da cultura indígena no currículo escolar de forma diferenciada e inovadora são as seguintes:

• Fazer associações a outras culturas marginalizadas, como as tradições da cultura negra, utilizando como referência culinária, música, entre outras.
• Trabalhar com cantigas de roda típicas.
• Promover atividades culinárias que envolvam as comidas típicas da cultura indígena, incentivando o preparo e a degustação.
• Trabalhar com o estudo de palavras do português brasileiro que derivam das línguas indígenas.
• Em História e Geografia, fazer um estudo global, mapeando povos indígenas ao redor do mundo.
• Explicar o processo de colonização e seus mecanismos de dominação, que levaram aos genocídios indígenas;
• Esclarecer a violência sofrida e que, apesar disso, há contribuições positivas – e conscientização – que devem permanecer na cultura brasileira.