Entender o processo de fecundação humana é vital para a mãe, para a gestante ou para a mulher que procura engravidar. Quanto mais aprofundado é o conhecimento sobre seu próprio corpo, mais orientadas são suas atitudes a respeito de todo o processo que envolve a concepção de um filho.
A fecundação toma lugar quando o espermatozoide se funde ao óvulo e forma o zigoto. O caminho para que isso ocorra, no entanto, é bastante complexo. Isso porque a vagina é um local inóspito aos espermatozoides, o que dificulta a chegada deles aos óvulos.
“Sua superfície é forrada por colônias de lactobacilos que secretam ácido para defendê-la dos germes que penetram”, explica o Dr. Drauzio Varella, oncologista e escritor brasileiro. “O líquido que a lubrifica é rico em enzimas, anticorpos e glóbulos brancos dispostos a destruir invasores: bactérias, vírus, fungos ou células de outra pessoa; espermatozoides, inclusive”, acrescenta. Dessa forma, são poucos os espermatozoides que sobrevivem a esse ambiente.
Os que sobrevivem, por sua vez, deparam-se com outros desafios. “Na parte inferior, o útero se estreita num canal mais fino, chamado colo ou cérvix”, diz o oncologista. “O colo se abre na vagina por um pequeno orifício revestido por glândulas, que produzem um muco espesso para vedá-lo e impedir a entrada de germes.”
A passagem por esse canal é bastante complicada para os espermatozoides, a começar pelo fato de que sua espessura é bastante semelhante a do orifício. O trajeto também conta com ataques de glóbulos brancos hostis, muito mais numerosos do que os espermatozoides. “Estruturalmente, os espermatozoides são verdadeiros mísseis carregados de genes. São formados por uma cabeça, que traz o pacote de genes do pai, e uma cauda para nadar”, explica o Dr. Varella.
É superando todos esses obstáculos que ocorre finalmente a fecundação. Essa primeira etapa do processo ocorre no interior das trompas da mulher. Deste ponto, o óvulo fecundado parte em direção ao útero. O zigoto se divide em duas, depois em quatro células, e assim por diante.
Implantando-se na parede do útero, dará origem ao embrião. Nesse momento, o organismo da mulher passa a produzir grandes quantidades do Hormônio Coriônico Gonadotrófico (HCG), que induz o ovário a produzir o estrogênio e a progesterona, que “avisam” a mulher da gravidez. Já reparou que o exame de sangue que testa a gravidez se chama Beta HCG? É devido a esse hormônio.
A partir desse momento, estímulos hormonais suspendem o ciclo menstrual, e os testes já começam a dar positivo para a gravidez.