Cada vez mais, ouve-se falar sobre o chamado parto humanizado. Muitas mulheres já estão optando por esse método, ao invés da tradicional cesárea ou até mesmo do parto normal regular. De acordo com a psicóloga e doula Eleonora de Moraes, o termo “humanização” carrega em si interpretações diversas. Essa qualidade “quase sempre se refere à ideia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável e de ajudar o próximo”, afirma a psicóloga.
Dessa forma, interromper o “sofrimento” da gestante e interferir no ritmo natural do parto, por meio de medicamentos e manobras técnicas, é tarefa muito utilizada na medicina obstétrica. Há, no entanto, dois lados na moeda.
“Um olhar mais atento na prática atual da assistência ao parto revela uma enorme contradição entre as intervenções técnicas ou cirúrgicas e as suas consequências no processo fisiológico do parto e na saúde da mãe e do bebê”, diz Eleonora. A psicóloga ainda atenta para a importância – tanto para a mãe quanto para o filho – da vivência integral de uma experiência mais completa e natural de parto.
Mas o que significa?
Há muita polêmica em relação ao que significa esse termo. No geral, parto humanizado é definido por aquele em que as decisões da mulher são levadas mais em conta do que em um processo convencional. Assim, o parto acontece de acordo com o tempo fisiológico da mãe, e não com o tempo cirúrgico – isso é comprovado por especialistas como um importante ponto para a saúde do recém-nascido.
No parto humanizado, o médico, portanto, é muito mais um espectador – pronto para intervir, caso haja complicações – do que um ator no parto, respeitando o processo natural da mãe que passa pelo encerramento de sua gestação. Nesse caso, muitos procedimentos deixam de ser necessários: a anestesia, os exames vaginais, monitoramento eletrônico do bebê, a lavagem intestinal e até mesmo o uso de medicamentos para acelerar ou diminuir as contrações. Todas essas ações interferem no tempo natural. No processo humanizado, elas não ocorrem.
O parto humanizado pode ocorrer em casa, na água ou até mesmo no próprio hospital: o local não interfere. Independentemente disso, o essencial é que haja naturalidade no processo e tempo da mulher, bem como do bebê que virá a nascer, seja respeitado. Isso traz vantagens muito importantes, como maior conforto emocional para a mãe e uma recuperação muito mais rápida.
Ao considerar o parto humanizado para o fim de sua gestação, é necessário procurar informações mais apuradas com o ginecologista e/ou obstetra, bem como maternidades onde esse procedimento seja realizado. Caso a opção seja por outro ambiente, é preciso escolher um local confortável e seguro.