No último ano, a microcefalia passou a chamar mais atenção na mídia brasileira devido à sua relação com o famoso zika vírus. Ela é uma condição que se manifesta já durante a gravidez, em que o bebê nasce com o crânio menor do que o tamanho esperado. Há um atraso neurológico e motor que, geralmente, acompanha a deficiência, e isso requer que se entenda mais sobre suas causas e consequências.
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A microcefalia pode ser diagnosticada durante a gravidez, por meio de ultrassonografias adequadas. A deficiência é considerada, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o perímetro da cabeça do bebê é igual ou menor do que 32 cm. É esperado, para crianças nascidas com 9 meses completos de gravidez, que tenham pelo menos 34 cm; no caso de prematuros, isso pode variar.
As causas mais comuns da microcefalia são infecções adquiridas pela mãe, principalmente durante o primeiro trimestre da gestação (que forma o cérebro do bebê). Algumas delas são citomegalovírus, rubéola e toxoplasmose. Além disso, o abuso de álcool e outras drogas durante a gravidez também podem levar à microcefalia, bem como síndromes genéticas e, como descoberto mais recentemente, o zika vírus.
Como consequências da microcefalia, a criança pode apresentar um considerável atraso no desenvolvimento motor ou neurológico. A gravidade dessa sequela varia de acordo com cada caso; em alguns, a capacidade cognitiva não chega a ser afetada. Em outros, é defasada visivelmente. Déficits visuais e auditivos, bem como a epilepsia, são outros problemas que podem chegar a aparecer.
No entanto, não há reversão encontrada para a microcefalia. É possível, apesar disso, melhorar o desenvolvimento físico e psíquico da criança. Isso pode ser feito por meio de acompanhamento fisioterapêutico, fonoaudiológico e psicológico, por exemplo.
As recomendações do Ministério da Saúde, como formas de prevenção, são o acompanhamento pré-natal completo, bem como evitar a ingestão de álcool e outras drogas durante a gravidez. Além disso, não é recomendado às gestantes fazer uso de medicamentos não prescritos por profissionais da saúde. Como o zika vírus está fortemente relacionado à microcefalia, recomenda-se também o uso de repelentes e atenção redobrada a possíveis picadas de mosquitos pelo corpo.