Site icon SOS Mammy's

Mães do Mundo: a babá não quer saber se a vovó quer a escola!

Old woman talking on the home phone sitting in the arm-chair in the evening

Por Cora Fernanda de Faria Lima.

Hoje, conheça um pouco mais das aflições de mãe, pela voz de uma! Confira!

Não entendeu nada? Deixa que eu te explico: Como você se sente quando a licença maternidade está quase no final? Todo mundo fala que você não trabalha, porque fica em casa o dia todo? Ledo engano destes pobres mortais, trabalho em casa é milagre da multiplicação, no verdadeiro sentido da teoria bíblica.

Entendo-a perfeitamente e acredito que todas, em um determinado momento, acabam convergindo para um dilema, que só mamães passam, o de: onde meu biscoito ficará quando ele atingir a idade pré-fuzarka? (Biscoito é o amoroso nome que dediquei ao meu pequeno, hoje com três anos).

Isso, em algumas famílias, gera discussões homéricas, pois muitos pensam em segurança, outros em desenvolvimento, outros em afeto. Pois bem, acredito que este seja o pressuposto da escolha, ou seja, qual ou o que você quer proporcionar ao pequeno.

Vejo que, cada vez mais, as escolas estão tomando uma proporção considerável nas escolhas das mães, principalmente no que tange a outra língua (sim, existem berçários bilíngues… não, não entendo a necessidade disto neste momento).

Outra possibilidade, caso a possua, é analisar uma opção hibrida: avó + escola ou babá + escola. O que eu acredito não ser totalmente aprazível é tolher a criança de convívio e desenvolvimento motor criativo. Uma boa mescla de opções, penso, oferece um melhor patamar de entendimento, inclusive para a criança. Aqui vale ressaltar: Você, mamãe linda que, é dona de casa e deveras ocupada, analise a opção de levá-lo após o primeiro ano para a escola. Isso lhe permitirá administrar seu tempo e resgatar afazeres como academia, artesanato, encontros sociais ou mesmo, um trabalho home office, bem como proporcionará a convivência social e desenvolvimento do shirimbabinho (outro apelido carinhoso do meu hambúrguer.. ops!!)

Vejo que cada mãe tem seu perfil, e acho isso sensacional, pois aqui solidificamos que não há uma fórmula maravilhosa e de fácil resolução. Cada um tem seu life style, e cada qual, sinergicamente,  atrai o que lhe é conveniente. Certo? Sim! Se estivermos em uma tribo indígena, e a índia, filha do pajé, vira e fala para ele: “Pai, preciso de dois minutos para ir até ali apanhar frutas e nadar no rio, o senhor fica com ele? Vocês conseguem imaginar o Pajé-Avô, ninando um indiozinho?  Oiaio aole!!! (esta frase foi o pajé falando para a filha “nem ferrando”).

Em uma tribo, certamente, a cultura é concebida na liberdade e na afeição da mãe. Quando pequenos, ficam em uma espécie de sling, juntos e entrelaçados e, após isto, eles ficam livres para aprender a caçar, pescar, reconhecer frutas e plantas. É cultural.

Concluindo, vale sim trocar ideias com amigas ou pessoas que já tiveram experiências, mas, isto não poder ser determinante. O que vale, e nisto acredito muito, é a intuição para saber em qual escopo seu baby encaixa.

Meu hambúrguer, quando foi minha vez de voltar ao mercado, optei pela escola, mesmo porque não tinha mãe. Já a babá, não me identifico. Andei, andei, andei até encontrar… (pausa para a música do rei do gado)… E decidi por um berçário de 12 horas. Olhei, conheci a dona, fiquei dois dias em adaptação e na verdade, lancei a sorte, ou no meu caso que não acredito em sorte, rezei, e reza de mãe é poderosa. Ele ficou por 6 meses lá, e não muito apavorante, passou mal pela comida, chorou por dor e não me avisaram, levei-o a festas estranhas com gente esquisita, fez amigos, enchi o saco da diretora via whatsapp, busquei-o com cara fechada, achava absurdo algumas coisas. Ou seja, detalhes tão pequenos de nós mães. Detalhes que devem ser cuidadosamente estudados para poder  nos conceder, paz. (Paz, no caso, para as mães, existe?)

Finalizando, hambúrguer foi para uma creche da prefeitura, 489 mil vezes melhor que a outra, sério!!! E, no começo, fiquei cheia de dedos, mas me rendi fatalmente ao trabalho como aquelas profissionais amazing fazem.

Bom, basicamente, sou a favor da escola, mas tenho uma ajuda que acho mestralmente relevante: As amadas, cheirosas e cheias de crochês vóvis. Errei aqui, né? As avós de hoje em dia estão prá lá de atuais. Estão novas, saradas, cheias de vida, usam legging, batem perna, tem facebook, e o mais mais…. Huuummmmm… Não perderam a naturalidade e a facilidade para fazer o que quiserem com nossos filhos…. Eba!

Lá, na casa da vó do hambúrguer, tenho uma gratidão eterna. Quando preciso, ela quem fica (mãe do meu marido). E ele ama aquela avó! Eles se beijam, ele vai ao mercado com ela, assiste televisão por 14 horas seguidas, come biscoito recheado com iogurte e muito arroz com feijão. Ela é super importante na evolução e desenvolvimento dele. Com os avós, eles “tipo” podem ser eles mesmos… (Imagino assim: Aqui a gente come catchup com batata mesmo, e não preciso fazer aquela cara de satisfação comendo repolho com acelga #énoisnacasadavó). Ou seja, vale avaliar, caso você tenha esta oportunidade, sempre tendo em mente, que haverá retorno, positivos e negativos.

As babás: passam entre gerações ou vão para policia. É radical! Câmeras escondidas, grampos telefônicos, pessoas visitando a casa de surpresa, quase uma operação lava jato! Pronto, aqui é decisivo: Indicação e muita troca de boas energias, se não, nem tente. Elas têm um trabalho extremamente humano e dedicado a um ser que está em desenvolvimento, longe dos pais, e sozinho com um novo estranho, já que o mundo deles é a todo tempo um binômio de estranho + descoberta.

Estas profissionais, caso seja sua opção, devem ser bem tratadas e muito bem remuneradas. É quase seu plano de previdência privada: Você fará aportes, aplicará, terá uma taxa de administração e se tudo der certo e vocês dois fizerem seus papéis, haverá um benefício lá no final da vida. Por isso olhe com carinho para pessoas, e pessoas que cuidam de pessoas. Só mais uma informação básica: babás não passam roupas ou limpam casa, elas cuidam dos seus filhos. Esta lei de Gerson aqui não funciona por ex.: Ah, vamos contratar uma babá, que de um jeito na casa, ou, vamos contratar uma diarista, que cuide do nosso filho. Entendo, existe. Mas pode ser o famoso “fazer com muita eficiência o que não era para ser feito”. Lembre-se: São seus filhos!

Ainda em dúvida? Espero que não! Mas se ainda estiver com aquele coração molinho e cheio de culpa, lembre-se que em algum momento esta escolha deverá ser feita, e você, se adaptará, ainda que chorando escondida e sendo uma tonta!!! Haha… Mas quem disse que será o ultimo dilema? Ou quem disse que a vida não é um dilema…. PARA! Quem foi que disse que a maternidade não é um dilema?


Cora Fernanda de Faria Lima – mãe do Hambúrguer, insatisfeita, leio dois livros ao mesmo tempo, amo escrever e tomo café sem açúcar.   corafarialima@hotmail.com | @fer_corafari